segunda-feira, 11 de maio de 2009

Batuqueiro, que baque é esse?

Embebedadas pela percussão, dançam lentas, molengas, bamboleando levemente os quartos, num passinho curto, quase inexistente, sem nenhuma figuração dos pés. Os braços, as mãos é que se movem mais, ao contorcer preguiçoso do torso. Vão se erguendo, se abrem, sem nunca se estirarem completamente no ombro, no cotovelo, no pulso, aproveitando as articulações com delícia, para ondularem sempre. Às vezes, o torso parece perder o equilíbrio e lerdamente vai se inclinando para uma banda, e o braço desse lado se abaixa sempre também, acrescentando com equilíbrio o seu valor de peso, ao passo que o outro se ergue e peneira no ar numa circulação contínua e vagarenta...” 
Sentir nos dedos o pulsar fervilhante ao som do baque virado. Os pés ganham vida própria e os joelhos começam a tremelicar involuntariamente. O maracatu é uma força. É um movimento. Dança típica da região pernambucana, miscigena as culturas africana e brasileira nos aproximando ainda mais dos nossos ancestrais. Tão intensas as batidas de cada alfaia, as cores de cada saia, esse folclore faz estrondar uma paixão que movimenta os mais tradicionais encontros populares. Há cerca de 300 anos presente nos corações brasileiros, esse cortejo disseminou sua ginga e seu ritmo por todo o país, originando mais de 50 grupos seguidores que se encarregam de transmitir a vibração do Maracatu. É mais do que uma dança. É uma energia. 

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